Nasceu o rio Lis junto a uma serra
No mesmo dia que nasceu o Lena;
Mas com muita Paixão, com muita Pena
De seu berço não ser na mesma Terra.
Andando, andando alegres, murmurantes,
Na mesma direcção ambos corriam;
Neles bebendo, as aves chilreantes
Cantavam esse amor que ambos sentiam
Um dia já espigados, já crescidos
Contrataram casar, de amor perdidos
Num Domingo, em Leiria de mansinho...
Mas Lena, assim a modo envergonhada
Do povo, foi casar toda enfeitada
Com o Lis mais abaixo um bocadinho.
Marques da Cruz ---1888--1958
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Nunca me canso de ler este poema que acho lindíssimo!...
Já O tinha publicado na minha GAVETINHA em Novembro de 2009 mas hoje republiquei-O com redobrado prazer....
terça-feira, 25 de janeiro de 2011
Rios ---- LIS e LENA
segunda-feira, 24 de janeiro de 2011
URZE - de - JARDIM
Os Arbustos --- urze - de- jardim --- que existiam no Largo da Fonte Luminosa
Primavera 2010 --- fotografia feita por helena serrador
O nome comum deste arbusto --- é "urze - de- Jardim" --- o nome científico é --- "leptospermum floribundum" --- estas informações foram-me dadas pelo meu colega e Amigo "Augusto Mota"
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Adoro estas flores e, nem posso crêr que as cortaram da FONTE LUMINOSA...
Será que esta PRIMAVERA elas já não embelezarão o Largo da FONTE LUMINOSA e deliciarão os nossos olhos ávidos da sua beleza????!!!!
Nem quero acreditar....
domingo, 23 de janeiro de 2011
Poema à Primavera ---- Miguel Torga
Depois do Inverno,
morte figurada,
A primavera,
uma assunção de flores.
A vida
Renascida
E celebrada
Num festival de pétalas e cores.
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Miguel Torga
sábado, 22 de janeiro de 2011
Antecipação da Primavera de 2011 ---- S.Pedro de Moel
Está muito, muito, muito frio! LINDO SOL, mas muito vento e as temperaturas são muito baixas no entanto,... a Primavera chegou mais cedo a S.Pedro---as Mimosas floriram, as Magnólias estão LINDAS e o mar está calmo e AZUL...
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Não acabei o TEMA "A MINHA TERRA NATAL"---termino-o por agora pois, só quando vier o "BOM TEMPO" é que lá trei fotografar locais, qie quero aqui registar!...
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Entretanto, da Minha Terra Natal e dos poemas e videos sobre a Infância,-- vou passar a colocar fotos sobre a NATUREZA que sempre me encanta e emociona!...
Ando louco para te encontrar...Paco Bandeira
E, porque esta voz me diz muito, mas mesmo muito, muito --- aqui termino com os 3 cantores que mais marcaram e acompanharam a "fase de ouro" da minha vida...
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Houve muitos outros cantores que ouvia e a que assistia a espectáculos com muita frequência mas, estes acompanharam-me em momentos muito marcantes, muito intensos, muito significativos e claramente inesquecíveis...
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Momentos que recordo com um misto de felicidade e saudade --- mas não uma saudade doentia e triste mas sim uma saudade que é portadora de um bem estar muito agradável e saudável...
Gosto de recordar momentos felizes do meu passado!...
Paco Bandeira,---Paulo de Carvalho,--- Carlos do Carmo
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O poema Meninos de HuAmBo --------- composição de RuI MonTeirO
Com fios feitos de lágrimas passadas
Os meninos de Huambo fazem alegria
Constroem sonhos com os mais velhos de mãos dadas
E no céu descobrem estrelas de magia
Com os lábios de dizer nova poesia
Soletram as estrelas como letras
E vão juntando no céu como pedrinhas
Estrelas letras para fazer novas palavrasOs meninos à volta da fogueira
Vão aprender coisas de sonho e de verdade
Vão aprender como se ganha uma bandeira
Vão saber o que custou a liberdade
Com os sorrisos mais lindos do planalto
Fazem continhas engraçadas de somar
Somam beijos com flores e com suor
E subtraem manhã cedo por luar
Dividem a chuva miudinha pelo milho
Multiplicam o vento pelo mar
Soltam ao céu as estrelas já escritas
Constelações que brilham sempre sem parar
Os meninos à volta da fogueira
Vão aprender coisas de sonho e de verdade
Vão aprender como se ganha uma bandeira
Vão saber o que custou a liberdade
Palavras sempre novas, sempre novas
Palavras deste tempo sempre novo
Porque os meninos inventaram coisas novas
E até já dizem que as estrelas são do povo
Assim contentes à voltinha da fogueira
Juntam palavras deste tempo sempre novo
Porque os meninos inventaram coisas novas
E até já dizem que as estrelas são do povo
Os meninos de Huambo fazem alegria
Constroem sonhos com os mais velhos de mãos dadas
E no céu descobrem estrelas de magia
Com os lábios de dizer nova poesia
Soletram as estrelas como letras
E vão juntando no céu como pedrinhas
Estrelas letras para fazer novas palavrasOs meninos à volta da fogueira
Vão aprender coisas de sonho e de verdade
Vão aprender como se ganha uma bandeira
Vão saber o que custou a liberdade
Com os sorrisos mais lindos do planalto
Fazem continhas engraçadas de somar
Somam beijos com flores e com suor
E subtraem manhã cedo por luar
Dividem a chuva miudinha pelo milho
Multiplicam o vento pelo mar
Soltam ao céu as estrelas já escritas
Constelações que brilham sempre sem parar
Os meninos à volta da fogueira
Vão aprender coisas de sonho e de verdade
Vão aprender como se ganha uma bandeira
Vão saber o que custou a liberdade
Palavras sempre novas, sempre novas
Palavras deste tempo sempre novo
Porque os meninos inventaram coisas novas
E até já dizem que as estrelas são do povo
Assim contentes à voltinha da fogueira
Juntam palavras deste tempo sempre novo
Porque os meninos inventaram coisas novas
E até já dizem que as estrelas são do povo
Meninos do Huambo --- na linda voz de Paulo de Carvalho
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E, porque adoro a voz de Paulo de Carvalho ------coloco um poema que também acho lindo e retrata a infelicidade daqueles Meninos vítimas da brutalidade da GUERRA
Os PuToS ---PoEmA de ARY dos SANTOS
Uma bola de pano, num charco
Um sorriso traquina, um chuto
Na ladeira a correr, um arco
O céu no olhar, dum puto.
Uma fisga que atira a esperança
Um pardal de calções, astuto
E a força de ser criança
Contra a força dum chui, que é bruto.
Parecem bandos de pardais à solta
Os putos, os putos
São como índios, capitães da malta
Os putos, os putos
Mas quando a tarde cai
Vai-se a revolta
Sentam-se ao colo do pai
É a ternura que volta
E ouvem-no a falar do homem novo
São os putos deste povo
A aprenderem a ser homens.
As caricas brilhando na mão
A vontade que salta ao eixo
Um puto que diz que não
Se a porrada vier não deixo
Um berlinde abafado na escola
Um pião na algibeira sem cor
Um puto que pede esmola
Porque a fome lhe abafa a dor.
.
Os Putos --- cantado pela voz inconfundível de Carlos do Carmo
E, como estamos a tratar o tema "INFÂNCIA" vou publicar "Os Putos" dado que adoro a música, o poema e a voz linda de Carlos do Carmo!
sexta-feira, 21 de janeiro de 2011
POEMA de Álvaro de Campos
Depois de escrever, leio...
Porque por vezes tenho idéias felizes,
Idéias subitamente felizes,
E as palavras que naturalmente se despegam...
Depois de as escrever leio
Onde escrevi isto?
Onde fui buscar isto?
De onde me veio isto?
Isto é melhor do que eu...
Seremos nós nesse mundo apenas canetas com tinta
Com que alguém escreve a valer o que nós aqui traçamos?...
Álvaro de Campos
Porque por vezes tenho idéias felizes,
Idéias subitamente felizes,
E as palavras que naturalmente se despegam...
Depois de as escrever leio
Onde escrevi isto?
Onde fui buscar isto?
De onde me veio isto?
Isto é melhor do que eu...
Seremos nós nesse mundo apenas canetas com tinta
Com que alguém escreve a valer o que nós aqui traçamos?...
Álvaro de Campos
quinta-feira, 20 de janeiro de 2011
Poema sobre a Infância
Infância
Sonhos
enormes como cedros
que é preciso
trazer de longe
aos ombros
para achar
no inverno da memória
este rumor
de lume:
o teu perfume,
lenha
da melancolia.
Carlos de Oliveira, in 'Cantata'
Sonhos
enormes como cedros
que é preciso
trazer de longe
aos ombros
para achar
no inverno da memória
este rumor
de lume:
o teu perfume,
lenha
da melancolia.
Carlos de Oliveira, in 'Cantata'
Poema sobre a Infância
Vamos, não chores...
A infância está perdida.
A mocidade está perdida.
Mas a vida não se perdeu.
O primeiro amor passou.
O segundo amor passou.
O terceiro amor passou.
Mas o coração continua.
Perdeste o melhor amigo.
Não tentaste qualquer viagem.
Não possuis casa, navio, terra.
Mas tens um cão.
Algumas palavras duras,
em voz mansa, te golpearam.
Nunca, nunca cicatrizam.
(----------------------------
-----------------------------)
Carlos Drummond Andrade
A infância está perdida.
A mocidade está perdida.
Mas a vida não se perdeu.
O primeiro amor passou.
O segundo amor passou.
O terceiro amor passou.
Mas o coração continua.
Perdeste o melhor amigo.
Não tentaste qualquer viagem.
Não possuis casa, navio, terra.
Mas tens um cão.
Algumas palavras duras,
em voz mansa, te golpearam.
Nunca, nunca cicatrizam.
(----------------------------
-----------------------------)
Carlos Drummond Andrade
Poema sobre a Infância
A casa era por aqui...
Onde? Procuro-a e não acho.
Ouço uma voz que esqueci:
É a voz deste mesmo riacho.
Ah quanto tempo passou!
(Foram mais de cinqüenta anos.)
Tantos que a morte levou!
(E a vida... nos desenganos...)
A usura fez tábua rasa
Da velha chácara triste:
Não existe mais a casa...
— Mas o menino ainda existe.
( Manuel Bandeira, Lira dos Cinquent´Anos)
Onde? Procuro-a e não acho.
Ouço uma voz que esqueci:
É a voz deste mesmo riacho.
Ah quanto tempo passou!
(Foram mais de cinqüenta anos.)
Tantos que a morte levou!
(E a vida... nos desenganos...)
A usura fez tábua rasa
Da velha chácara triste:
Não existe mais a casa...
— Mas o menino ainda existe.
( Manuel Bandeira, Lira dos Cinquent´Anos)
sábado, 15 de janeiro de 2011
AmIgOs ---- Alexandre O´Neill
AMIGO
Mal nos conhecemos
Inaugurámos a palavra amigo!
"Amigo" é um sorriso
De boca em boca,
Um olhar bem limpo,
Uma casa, mesmo modesta, que se oferece,
Um coração pronto a pulsar
Na nossa mão!
"Amigo" (recordam-se, vocês aí,
Escrupulosos detritos?)
"Amigo" é o contrário de inimigo!
"Amigo" é o erro corrigido
Não o erro perseguido, explorado,
É a verdade partilhada, praticada!
"Amigo" é a solidão derrotada!
"Amigo" é uma grande tarefa,
É um trabalho sem fim,
Um espaço sem fim,
Um espaço útil, um tempo fértil,
"Amigo" vai ser, é já uma grande festa!
Alexandre O'Neill
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Este lindo poema é dedicado aos meus Amigos que relembro com imensas saudades, especialmente hoje, DIA de SANTO AMARO, em que iamos todos à sua capelinha, depois de um grande almoço...
No adro comprávamos fiadas de pinhões e passas!... Desciamos a ladeira do Santo Amaro, em alegre brincadeira, com as fiadas ao pescoço e as nossas risadas contagiavam e alegravam toda a gente...
E, nunca falhávamos neste dia...até que, o ano passado, chovia muito, muito e não fomos... foi o 1º ano que faltámos...
Mas a lembrança ficou e permanecerá sempre nas nossas memórias e nos nossos corações....
quinta-feira, 6 de janeiro de 2011
Lembrando a minha Terra NATAL
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Finalizado o TEMA NATAL --- relembrando os NATAIS da minha infância,...recordei a minha Terra Natal!... Assim vou colocar um local onde passava diariamente a caminho da Escola e, mais tarde do Colégio... era o jardim "Marquês de Pombal" onde existia o Coreto e a casa dos Junqueiras que, na altura faziam a minha admiração ... no entanto, ainda hoje os acho LINDOS...sentindo uma grande nostalgia desses velhos e felizes tempos!!!..........
Diariamente, faziam parte da minha longa caminhada, desde a minha quinta aos meus locais de trabalho....
Fotos ....helena serrador
Poema de NATAL ----Natália Correia
FALAVAM-ME DE AMOR
Quando um ramo de doze badaladas
se espalhava nos móveis e tu vinhas
solstício de mel pelas escadas
de um sentimento com nozes e com pinhas,
menino eras de lenha e crepitavas
porque do fogo o nome antigo tinhas
e em sua eternidade colocavas
o que a infância pedia às andorinhas.
Depois nas folhas secas te envolvias
de trezentos e muitos lerdos dias
e eras um sol na sombra flagelado.
O fel que por nós bebes te liberta
e no manso natal que te conserta
só tu ficaste a ti acostumado.
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Natália Correia
Quando um ramo de doze badaladas
se espalhava nos móveis e tu vinhas
solstício de mel pelas escadas
de um sentimento com nozes e com pinhas,
menino eras de lenha e crepitavas
porque do fogo o nome antigo tinhas
e em sua eternidade colocavas
o que a infância pedia às andorinhas.
Depois nas folhas secas te envolvias
de trezentos e muitos lerdos dias
e eras um sol na sombra flagelado.
O fel que por nós bebes te liberta
e no manso natal que te conserta
só tu ficaste a ti acostumado.
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Natália Correia
Poema de NATAL ------ David Mourão Ferreira
NATAL À BEIRA-RIO
É o braço do abeto a bater na vidraça?
E o ponteiro pequeno a caminho da meta!
Cala-te, vento velho! É o Natal que passa,
A trazer-me da água a infância ressurrecta.
Da casa onde nasci via-se perto o rio.
Tão novos os meus Pais, tão novos no passado!
E o Menino nascia a bordo de um navio
Que ficava, no cais, à noite iluminado...
Ó noite de Natal, que travo a maresia!
Depois fui não sei quem que se perdeu na terra.
E quanto mais na terra a terra me envolvia
E quanto mais na terra fazia o norte de quem erra.
Vem tu, Poesia, vem, agora conduzir-me
À beira desse cais onde Jesus nascia...
Serei dos que afinal, errando em terra firme,
Precisam de Jesus, de Mar, ou de Poesia?
-------------------
David Mourão Ferreira
É o braço do abeto a bater na vidraça?
E o ponteiro pequeno a caminho da meta!
Cala-te, vento velho! É o Natal que passa,
A trazer-me da água a infância ressurrecta.
Da casa onde nasci via-se perto o rio.
Tão novos os meus Pais, tão novos no passado!
E o Menino nascia a bordo de um navio
Que ficava, no cais, à noite iluminado...
Ó noite de Natal, que travo a maresia!
Depois fui não sei quem que se perdeu na terra.
E quanto mais na terra a terra me envolvia
E quanto mais na terra fazia o norte de quem erra.
Vem tu, Poesia, vem, agora conduzir-me
À beira desse cais onde Jesus nascia...
Serei dos que afinal, errando em terra firme,
Precisam de Jesus, de Mar, ou de Poesia?
-------------------
David Mourão Ferreira
quarta-feira, 5 de janeiro de 2011
Poemas de NaTaL de Miguel Torga
Devia ser neve humana
A que caia no mundo
Nessa noite de amargura
Que se foi fazendo doce...
Um frio que nos pedia
Calor irmão, nem que fosse
De bichos de estrebaria.
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Miguel Torga
A que caia no mundo
Nessa noite de amargura
Que se foi fazendo doce...
Um frio que nos pedia
Calor irmão, nem que fosse
De bichos de estrebaria.
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Miguel Torga
Poema de NaTaL
Leio o teu nome
Na página da noite:
Menino Deus...
E fico a meditar
No milagre dobrado
De ser Deus e menino.
Em Deus não acredito.
Mas de ti como posso duvidar?
Todos os dias nascem
Meninos pobres em currais de gado.
Crianças que são ânsias alargadas
De horizontes pequenos.
Humanas alvoradas...
A divindade é o menos.
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Miguel Torga
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