quarta-feira, 12 de dezembro de 2012
terça-feira, 11 de dezembro de 2012
David Mourão ferreira
E por vezes as noites duram meses
E por vezes os meses oceanos
E por vezes os braços que apertamos
nunca mais são os mesmos. E por vezes
encontramos de nós em poucos meses
o que a noite nos fez em muitos anos
E por vezes fingimos que lembramos
E por vezes lembramos que por vezes
ao tomarmos o gosto aos oceanos
só o sarro das noites não dos meses
lá no fundo dos copos encontramos
E por vezes sorrimos ou choramos
E por vezes por vezes ah por vezes
num segundo se evolam tantos anos.
segunda-feira, 10 de dezembro de 2012
domingo, 9 de dezembro de 2012
NA TAL
NA TAL-----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
Na tal habitação volto a falar-te----------
Na tal que já eu-próprio não conheço--------
Na tal que mais que tálamo era berço--------
Na tal em que de noite nunca é tarde--------
--------------------------------------------
Na tal de que por fim ninguém se evade------
Na tal a que sei bem que não regresso-------
Na tal que umbilical cabe num verso---------
Na tal sem universo que a iguale------------
--------------------------------------------
Na tal habitação te vou falando-------------
Na tal como quem joga às escondidas----------
Na tal a ver se tu me dizes qual-------------
---------------------------------------------
Na tal de que eu herdei só este canto--------
Na tal que para sempre está perdida----------
Na tal em que o natal era Natal.-------------
---------------------------------------------
David Mourão-Ferreira
E por vezes....
David Mourão-Ferreira-----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
E por vezes as noites duram meses------------------------------
E por vezes os meses oceanos ----------------------------------
E por vezes os braços que apertamos----------------------------
nunca mais são os mesmos E por vezes---------------------------
--------------------------------------------------------------------------------------
encontramos de nós em poucos meses-----------------------------
o que a noite nos fez em muitos anos---------------------------
E por vezes fingimos que lembramos-----------------------------
E por vezes lembramos que por vezes----------------------------
---------------------------------------------------------------------------------------
ao tomarmos o gosto aos oceanos--------------------------------
só o sarro das noites não dos meses----------------------------
lá no fundo dos copos encontramos------------------------------
---------------------------------------------------------------------------------------
E por vezes sorrimos ou choramos-------------------------------
E por vezes por vezes ah por vezes-----------------------------
num segundo se evolam tantos anos.-----------------------------
-----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
David mourão Ferreira
sexta-feira, 7 de dezembro de 2012
ACONtecia.... de Manuel Alegre
AONTECIA
----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
Acontecia. No vento. Na chuva. Acontecia----
Era gente a correr pela música acima.-------
Uma onda uma festa. Palavras a saltar.------
----------------------------------------------
Eram carpas ou mãos. Um soluço uma rima.-----
Guitarras guitarras. Ou talvez mar.----------
E acontecia. No vento. Na chuva. Acontecia.---
-------------------------------------------------
Na tua boca. No teu rosto. No teu corpo acontecia.---
No teu ritmo nos teus ritos.------
No teu sono nos teus gestos. (Liturgia liturgia).----
Nos teus gritos. Nos teus olhos quase aflitos.-------
E nos silêncios infinitos. Na tua noite e no teu dia.----
No teu sol acontecia.------------------------------------
---------------------------------------------------------
Era um sopro. Era um salmo. (Nostalgia nostalgia).-------
Todo o tempo num só tempo: andamento---------------------
de poesia. Era um susto. Ou sobressalto. E acontecia.----
Na cidade lavada pela chuva. Em cada curva---------------
acontecia. E em cada acaso. Como um pouco de água turva----
na cidade agitada pelo vento.-----------------
-----------------------------------------------------------
Natal Natal (diziam). E acontecia.---------------
Como se fosse na palavra a rosa brava-------------
acontecia. E era Dezembro que floria.-------------
Era um vulcão. E no teu corpo a flor e a lava.-----
E era na lava a rosa e a palavra.´----------------
Todo o tempo num só tempo: nascimento de POESIA----
-----------------------------------------------------
MANUEL ALEGRE
ROSAS de INVERNO
Rosas de Inverno-----
--------------
Corolas, que floristes----
Ao sol do inverno, avaro,----
Tão glácido e tão claro----
Por estas manhãs tristes.----
-------------
Gloriosa floração,----
Surdida, por engano,----
No agonizar do ano,----
Tão fora da estação!----
--------------
Sorrindo-vos amigas,----
Nos ásperos caminhos,----
Aos olhos dos velhinhos,---º-
Às almas das mendigas!
--------------
Desse Natal de inválidos----
Transmito-vos a bênção,----
Com que vos recompensam-----
Os seus sorrisos pálidos.----
---------------------------------------------------------
Camilo Pessanha
Rosas Bravas Camilo Pessanha
Floriram por Engano as Rosas Bravas-----
No inverno: veio o vento desfolhá-las...-----
Em que cismas, meu bem? Porque me calas-----
As vozes com que há pouco me enganavas?-----
Castelos doidos! Tão cedo caístes!...-----
Onde vamos, alheio o pensamento,-----
De mãos dadas? Teus olhos, que um momento-----
Perscrutaram nos meus, como vão tristes!-----
E sobre nós cai nupcial a neve,-----
Surda, em triunfo, pétalas, de leve-----
Juncando o chão, na acrópole de gelos...-----
Em redor do teu vulto é como um véu!-----
Quem as esparze _quanta flor! _do céu,-----
Sobre nós dois, sobre os nossos cabelos? ------
--------------------------------------------------
Camilo Pessanha, in 'Clepsidra'
quinta-feira, 6 de dezembro de 2012
Natal ---Miguel Torga
Natal----
Ninguém o viu nascer.----
Mas todos acreditam----
Que nasceu.----
É um menino e é Deus.----
Na Páscoa vai morrer, já homem,----
Porque entretanto cresceu----
E recebeu----
A missão singular----
De carregar a cruz da nossa redenção.----
Agora, nos cueiros da imaginação,----
Sorri apenas----
A quem vem,----
Enquanto a Mãe,----
Também----
Imaginada,----
Com ele ao colo,----
Se enternece----
E enternece----
Os corações,----
Cúmplice do milagre, que acontece----
Todos os anos e em todas as nações.----
----
Miguel Torga
segunda-feira, 5 de novembro de 2012
quinta-feira, 1 de novembro de 2012
...."à beira do rio" ...Poema de Fernando Pessoa
---------------------------------------------------------
Vem sentar-te comigo, Lídia, à beira do rio.----
Sossegadamente fitemos o seu curso e aprendamos----
Que a vida passa, e não estamos de mãos enlaçadas.---
(Enlaçemos as mãos).---
-----------------------------------------------------
Depois pensemos, crianças adultas, que a vida----
Passa e não fica, nada deixa e nunca regressa,----
Vai para um mar muito longe, para o pé do Fado,----
Mais longe que os deuses.----
-------------------------------------------------------
Desenlacemos as mãos, porque não vale a pena cansarmo-nos.----
Quer gozemos, quer não gozemos, passamos como o rio----
Mais vale saber passar silenciosamente-----
---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
Obs:_ mais uma vez o meu PC não pubica devidamente os poemas em forma de poemas....
domingo, 28 de outubro de 2012
IL DIVO
-------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
E,---------------- PARA RECOMEÇAR AS MINHAS PUBLICAÇÕES NADA MELHOR QUE "IL DIVO"......
domingo, 7 de outubro de 2012
Pôr de sol no Algarve --- contrastes
---------------------------------------------------------
6 de Julho 2012
----------------------------------------------------------
domingo, 23 de setembro de 2012
CONTRASTE DE CORES........PÔR de SOL num fim de tarde em S.Pedro!!! Final de um dia ESpantoso......
--------------------------------------último dia de Agosto de 2012----------------------------------------------
Poema ao Mar .... Sophia: Mello Breyner Andersen
Sophia de Mello Breyner Andresen----
Porque os outros se mascaram mas tu não---
Porque os outros usam a virtude ---
Para comprar o que não tem perdão. ---
Porque os outros têm medo mas tu não. ---
Porque os outros são os túmulos caiados---
---
---
Onde germina calada a podridão.---
Porque os outros se calam mas tu não.---
---
---
Porque os outros se compram e se vendem---
E os seus gestos dão sempre dividendo.---
Porque os outros são hábeis mas tu não.---
---
---
Porque os outros vão à sombra dos abrigos---
E tu vais de mãos dadas com os perigos.---
Porque os outros calculam mas tu não.---
---
---
A hora da partida soa quando ---
Escurece o jardim e o vento passa, ---
Estala o chão e as portas batem, quando ---
A noite cada nó em si deslaça. ---
------------------------
A hora da partida soa quando ---
as árvores parecem inspiradas ---
Como se tudo nelas germinasse. ---
-----------------------
Soa quando no fundo dos espelhos ---
Me é estranha e longínqua a minha face ---
------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
Peço desculpa mas o poema não ficou configurado com deveria ter ficado!:( :( :(--------------------não dá para compreender a razão---:(
segunda-feira, 3 de setembro de 2012
quarta-feira, 22 de agosto de 2012
sábado, 18 de agosto de 2012
AS ESPREGUIÇADEIRAS, à sombra dos chapéus, são os locais onde me delicio a saborear as minhas leituras de FÉRIAS....embora passe muito, muito e muito mais tempo nas espreguiçadeiras verdes da praia!!! Adooooro fazer as minhas leituras confortavelmente instalada nestas cómodas cadeiras !!!!.....:):):)
É tão BOOOOOM.....
Subscrever:
Mensagens (Atom)