segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011
domingo, 27 de fevereiro de 2011
Dias Cinzas --- mar Cinza --- Mimosas Amarelas...
O habitual de S. Pedro de Moel----Dias cinzas e Mar cinza...
Mimosas Amarelas --- A primavera chega a S. Pedro...
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SOPHIA de MELLO BREYNER ANDRESEN
O MAR
O mar ergue o seu radioso sorrir...
Toda a luz se azula.
Reconhecemos nossa inata alegria: a evidência do
Lugar sagrado.
AS VOZES DO MAR
Este búzio não o encontrei eu própria numa praia
Mas na mediterrânica noite azul e preta
Em Cós o comprei na venda junto ao cais
E comigo trouxe o ressoar dos temporais
Porém nele não oiço
Nem o marulho de Cós nem o de Egina
Mas sim o cântico da longa vasta praia
Atlântica e sagrada
Onde para sempre minha alma foi criada
Livro: " Ilhas - poemas
O mar ergue o seu radioso sorrir...
Toda a luz se azula.
Reconhecemos nossa inata alegria: a evidência do
Lugar sagrado.
AS VOZES DO MAR
Este búzio não o encontrei eu própria numa praia
Mas na mediterrânica noite azul e preta
Em Cós o comprei na venda junto ao cais
E comigo trouxe o ressoar dos temporais
Porém nele não oiço
Nem o marulho de Cós nem o de Egina
Mas sim o cântico da longa vasta praia
Atlântica e sagrada
Onde para sempre minha alma foi criada
Livro: " Ilhas - poemas
quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011
Poema de Fernando Pessoa ---- "Olhando o MAR, sonho sem ter de quê"
Olhando o mar, sonho sem ter de quê.
Nada no mar, salvo o ser mar, se vê.
Mas de se nada ver quanto a alma sonha!
De que me servem a verdade e a fé?
Ver claro! Quantos, que fatais erramos,
Em ruas ou em estradas ou sob ramos,
Temos esta certeza e sempre e em tudo
Sonhamos e sonhamos e sonhamos.
As árvores longínquas da floresta
Parecem, por longínquas, 'star em festa.
Quanto acontece porque se não vê!
Mas do que há pouco ou não há o mesmo resta.
Se tive amores? Já não sei se os tive.
Quem ontem fui já hoje em mim não vive.
Bebe, que tudo é líquido e embriaga,
E a vida morre enquanto o ser revive.
Colhes rosas? Que colhes, se hão-de ser
Motivos coloridos de morrer?
Mas colhe rosas. Porque não colhê-las
Se te agrada e tudo é deixar de o haver?
Fernando Pessoa
POEMA sobre O MAR
Chora no ritmo do meu sangue, o Mar.
Na praia, de bruços,
fico sonhando, fico-me escutando
o que em mim sonha e lembra e chora alguém;
e oiço nesta alma minha
um longínquo rumor de ladainha,
e soluços,
de além...
Chora no ritmo do meu sangue, o Mar.
São meus Avós rezando,
que andaram navegando e que se foram,
olhando todos os céus;
são eles que em mim choram
seu fundo e longo adeus,
e rezam na ânsia crua dos naufrágios;
choram de longe em mim, e eu oiço-os bem,
choram ao longe em mim sinas, presságios,
de além, de além...
Chora no ritmo do meu sangue, o Mar.
(......................................)
AFONSO LOPES VIEIRA
Na praia, de bruços,
fico sonhando, fico-me escutando
o que em mim sonha e lembra e chora alguém;
e oiço nesta alma minha
um longínquo rumor de ladainha,
e soluços,
de além...
Chora no ritmo do meu sangue, o Mar.
São meus Avós rezando,
que andaram navegando e que se foram,
olhando todos os céus;
são eles que em mim choram
seu fundo e longo adeus,
e rezam na ânsia crua dos naufrágios;
choram de longe em mim, e eu oiço-os bem,
choram ao longe em mim sinas, presságios,
de além, de além...
Chora no ritmo do meu sangue, o Mar.
(......................................)
AFONSO LOPES VIEIRA
terça-feira, 22 de fevereiro de 2011
A CAVALO NO VENTO --- DAVID MOURÃO FERREIRA
A cavalo no vento
A cavalo no vento sobrevoo
o destino sombrio deste porto,
aonde um rio vem morder o vulto
do mar confuso.
Ó mar despedaçado,
mordido em tanto flanco, o sobressalto
dos teus ombros nervosos já sacode
a terra toda!
E para quê mais portos
agressores, estaleiros rancorosos,
onde em surdina e sombra se conspira
contra a vida. . .?
. . . Contra a vida do mar e o seu poder
que só um corpo nu deve merecer!
A cavalo no vento sobrevoo
o destino sombrio deste porto,
aonde um rio vem morder o vulto
do mar confuso.
Ó mar despedaçado,
mordido em tanto flanco, o sobressalto
dos teus ombros nervosos já sacode
a terra toda!
E para quê mais portos
agressores, estaleiros rancorosos,
onde em surdina e sombra se conspira
contra a vida. . .?
. . . Contra a vida do mar e o seu poder
que só um corpo nu deve merecer!
domingo, 20 de fevereiro de 2011
S.PEDRO de MOEL --- nuvens e mar --- cinzentos...... MIMOSAS Amarelas ..... ...
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Fotos captadas no dia 20 de Fevereiro 2011
helena serrador
S.PEDRO de MOEL --- nuvens e mar --- cinzentos... 20 fev 2011
quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011
TeMpEsTaDe
TEMPESTADE --- Poema de António Nobre
Tempestade!
O meu beliche é tal qual o bercinho,
Onde dormi horas que não vêm mais.
Dos seus embalos já estou cheiinho:
Minha velha ama são os vendavaes!
Uivam os ventos! Fumo, bebo vinho.
O vapor treme! Abraço a Biblia, aos ais...
Covarde! Que dirá teu Avôzinho,
Que foi moreante? Que dirão teus Paes?
Coragem! Considera o que has soffrido,
O que soffres e o que ainda soffrerás,
E ve, depois, se accaso é permittido
Tal medo à Morte, tanto apego ao mundo:
Ah! fôra bem melhor, vás onde vás,
Antonio, que o paquete fosse ao fundo!
António Nobre, in 'Só'
O meu beliche é tal qual o bercinho,
Onde dormi horas que não vêm mais.
Dos seus embalos já estou cheiinho:
Minha velha ama são os vendavaes!
Uivam os ventos! Fumo, bebo vinho.
O vapor treme! Abraço a Biblia, aos ais...
Covarde! Que dirá teu Avôzinho,
Que foi moreante? Que dirão teus Paes?
Coragem! Considera o que has soffrido,
O que soffres e o que ainda soffrerás,
E ve, depois, se accaso é permittido
Tal medo à Morte, tanto apego ao mundo:
Ah! fôra bem melhor, vás onde vás,
Antonio, que o paquete fosse ao fundo!
António Nobre, in 'Só'
quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011
PrAiA do EsQuecImenTo
Praia do Esquecimento
Fujo da sombra; cerro os olhos: não há nada.
A minha vida nem consente
rumor de gente
na praia desolada.
Apenas decisão de esquecimento:
mas só neste momento eu a descubro
como a um fruto rubro
de que, sem já sabê-lo, me sustento.
E do Sol amarelo que há no céu
somente sei que me queimou a pele.
Juro: nem dei por ele
quando nasceu.
David Mourão-Ferreira, in "Tempestade de Verão"
Fujo da sombra; cerro os olhos: não há nada.
A minha vida nem consente
rumor de gente
na praia desolada.
Apenas decisão de esquecimento:
mas só neste momento eu a descubro
como a um fruto rubro
de que, sem já sabê-lo, me sustento.
E do Sol amarelo que há no céu
somente sei que me queimou a pele.
Juro: nem dei por ele
quando nasceu.
David Mourão-Ferreira, in "Tempestade de Verão"
Poema de David Mourão Ferreira
A praia abandonada recomeça
logo que o mar se vai, a desejá-lo:
é como o nosso amor, somente embalo
enquanto não é mais que uma promessa...
Mas se na praia a onda se espedaça,
há logo nostalgia duma flor
que ali devia estar para compor
a vaga em seu rumor de fim de raça.
Bruscos e doloridos, refulgimos
no silêncio de morte que nos tolhe,
como entre o mar e a praia um longo molhe
de súbito surgido à flor dos limos.
E deste amor difícil só nasceu
desencanto na curva do teu céu.
logo que o mar se vai, a desejá-lo:
é como o nosso amor, somente embalo
enquanto não é mais que uma promessa...
Mas se na praia a onda se espedaça,
há logo nostalgia duma flor
que ali devia estar para compor
a vaga em seu rumor de fim de raça.
Bruscos e doloridos, refulgimos
no silêncio de morte que nos tolhe,
como entre o mar e a praia um longo molhe
de súbito surgido à flor dos limos.
E deste amor difícil só nasceu
desencanto na curva do teu céu.
Ferragudo
Neste longo Inverno só apetece recordar o BOM TEMPO --- o SOL, a PRAIA, os banhinhos, e os longos passeios à beira mar!!!.....
Sendo assim sabe muito bem recordar o verão que passou...
Fotos ---- helena serrador ( 2009)
PoEsIa de SOPHIA
Bebido o luar, ébrios de horizontes,
Julgamos que viver era abraçar
O rumor dos pinhais, o azul dos montes
E todos os jardins verdes do mar.
Mas solitários somos e passamos,
Não são nossos os frutos nem as flores,
O céu e o mar apagam-se exteriores
E tornam-se os fantasmas que sonhamos.
Por que jardins que nós não colheremos,
Límpidos nas auroras a nascer,
Por que o céu e o mar se não seremos
Nunca os deuses capazes de os viver
sOpHiA mEllo ANdresEN
Julgamos que viver era abraçar
O rumor dos pinhais, o azul dos montes
E todos os jardins verdes do mar.
Mas solitários somos e passamos,
Não são nossos os frutos nem as flores,
O céu e o mar apagam-se exteriores
E tornam-se os fantasmas que sonhamos.
Por que jardins que nós não colheremos,
Límpidos nas auroras a nascer,
Por que o céu e o mar se não seremos
Nunca os deuses capazes de os viver
sOpHiA mEllo ANdresEN
Pensamento de Sophia M. ANdresen
Mar,
Metade da minha alma é feita de maresia.
Sofhia de Mello Andresen
Metade da minha alma é feita de maresia.
Sofhia de Mello Andresen
terça-feira, 15 de fevereiro de 2011
Povo que vives no MAR -- Mariano Calado
Povo que vives do mar,
que no mar vives e sonhas,
ah, meu oovo de cantar,
meu povo de sol a sol,
meu povo de mar a mar,
meu povo de mareantes
de naufrágios e chorar,
meu povo de velejar
com sereias e ternura,
companha do meu sonhar,
que vives com a loucura
de lendas para contar,
traineira da minha vida
toda de rendas vestida.
Oh,vai, meu povo moreno,
oh,vai, minha terra -força
que tens a força do mar,
que matas a fome e o frio
à sombra do teu navio,
Nau dos Corvos minha nau
que não se deixa afundar.
Como eu te quero, meu povo,
sempre antigo e sempre novo,
meu povo de mar e mar!
MARIANO CALADO
que no mar vives e sonhas,
ah, meu oovo de cantar,
meu povo de sol a sol,
meu povo de mar a mar,
meu povo de mareantes
de naufrágios e chorar,
meu povo de velejar
com sereias e ternura,
companha do meu sonhar,
que vives com a loucura
de lendas para contar,
traineira da minha vida
toda de rendas vestida.
Oh,vai, meu povo moreno,
oh,vai, minha terra -força
que tens a força do mar,
que matas a fome e o frio
à sombra do teu navio,
Nau dos Corvos minha nau
que não se deixa afundar.
Como eu te quero, meu povo,
sempre antigo e sempre novo,
meu povo de mar e mar!
MARIANO CALADO
Cantares dos BÚZIOS ---- A. Lopes Vieira
Ai ondas do mar, ai ondas,
ó jardim das altas flores,
sobre vós, ondas, ai ondas,
suspiram os meus amores.
Do fundo dos búzios canta
ó mar que choras a cantar
ó mar que choras cantando,
eu canto e estou a chorar!
Ai ondas do mar, ai ondas,
eu bem vos quero lembrar,
e a minha alma é só DEUS
o meu corpo de água do mar!
Afonso Lopes VIEIRA
ó jardim das altas flores,
sobre vós, ondas, ai ondas,
suspiram os meus amores.
Do fundo dos búzios canta
ó mar que choras a cantar
ó mar que choras cantando,
eu canto e estou a chorar!
Ai ondas do mar, ai ondas,
eu bem vos quero lembrar,
e a minha alma é só DEUS
o meu corpo de água do mar!
Afonso Lopes VIEIRA
segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011
Poema de Fernando Pessoa ---- Ó Mar Salgado
Ó mar salgado, quanto do teu sal
São lágrimas de Portugal!
Por te cruzarmos, quantas mães choraram,
Quantos filhos em vão rezaram!
Quantas noivas ficaram por casar
Para que fosses nosso, ó mar!
Valeu a pena? Tudo vale a pena
Se a alma não é pequena.
Quem quer passar além do Bojador
Tem que passar além da dor.
Deus ao mar o perigo e o abismo deu,
Mas nele é que espelhou o céu.
Fernando Pessoa
São lágrimas de Portugal!
Por te cruzarmos, quantas mães choraram,
Quantos filhos em vão rezaram!
Quantas noivas ficaram por casar
Para que fosses nosso, ó mar!
Valeu a pena? Tudo vale a pena
Se a alma não é pequena.
Quem quer passar além do Bojador
Tem que passar além da dor.
Deus ao mar o perigo e o abismo deu,
Mas nele é que espelhou o céu.
Fernando Pessoa
A GALÉ -------- fevereiro 2011
sábado, 12 de fevereiro de 2011
PrAçA RoDrIgUeS LoBo
E, com FRANCISCO RODRIGUES LOBO na sua LINDA PRAÇA termino, por agora, a apresentação de alguns recantos que me encantam nesta BONITA CIDADE!!!...
Esta PRAÇA é um espaço LINDO, que TODOS os LEIRIENSES frequentam quer sejam séniores, idade de ouro, jovens, adolescentes ou crianças!.......
....É um local muito apreciado por TODOS pois, é muito agradável e DISFRUTA-SE a vista do nosso MARAVILHOSO CASTELO!
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Esta PRAÇA é um espaço LINDO, que TODOS os LEIRIENSES frequentam quer sejam séniores, idade de ouro, jovens, adolescentes ou crianças!.......
....É um local muito apreciado por TODOS pois, é muito agradável e DISFRUTA-SE a vista do nosso MARAVILHOSO CASTELO!
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Poema de F. Rodrigues Lobo
CORAÇÃO, olha o que queres...
Tão tirana e desigual
Sustentam sempre a vontade,
Que a quem lhes quer de verdade
Confessam que querem mal;
Se Amor para elas não val,
Coração, olha o que queres:
Que mulheres, são mulheres...
Se alguma tem afeição
Há-de ser a quem lha nega,
Porque nenhuma se entrega
Fora desta condição;
Não lhe queiras, coração,
E senão, olha o que queres:
Que mulheres, são mulheres...
São tais, que é melhor partido
Para obrigá-las e tê-las,
Ir sempre fugindo delas,
Que andar por elas perdido;
E pois o tens conhecido,
Coração, que mais lhe queres?
Que, em fim, todas as mulheres!
Francisco Rodrigues Lobo (1579-1621)
F.R.Lobo foi um dos mais importantes seguidores de LUÍS de CAMÕES
Tão tirana e desigual
Sustentam sempre a vontade,
Que a quem lhes quer de verdade
Confessam que querem mal;
Se Amor para elas não val,
Coração, olha o que queres:
Que mulheres, são mulheres...
Se alguma tem afeição
Há-de ser a quem lha nega,
Porque nenhuma se entrega
Fora desta condição;
Não lhe queiras, coração,
E senão, olha o que queres:
Que mulheres, são mulheres...
São tais, que é melhor partido
Para obrigá-las e tê-las,
Ir sempre fugindo delas,
Que andar por elas perdido;
E pois o tens conhecido,
Coração, que mais lhe queres?
Que, em fim, todas as mulheres!
Francisco Rodrigues Lobo (1579-1621)
F.R.Lobo foi um dos mais importantes seguidores de LUÍS de CAMÕES
CaNtiGA de Francisco Rodrigues Lobo
Descalça vai para a fonte,
Leanor pela verdura;
Vai fermosa, e não segura.
A talha leva pedrada,
Pucarinho de feição,
Saia de cor de limão,
Beatilha soqueixada;
Cantando de madrugada,
Pisa as flores na verdura:
Vai fermosa, e não segura.
Leva na mão a rodilha,
Feita da sua toalha;
Com üa sustenta a talha,
Ergue com outra a fraldilha;
Mostra os pés por maravilha,
Que a neve deixam escura:
Vai fermosa, e não segura.
As flores, por onde passa,
Se o pé lhe acerta de pôr,
Ficam de inveja sem cor,
E de vergonha com graça;
Qualquer pegada que faça
Faz florescer a verdura:
Vai formosa, e não segura.
Não na ver o Sol lhe val,
Por não ter novo inimigo;
Mas ela corre perigo,
Se na fonte se vê tal;
Descuidada deste mal,
Se vai ver na fonte pura:
Vai fermosa, e não segura
(Francisco Rodrigues Lobo)
sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011
quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011
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