segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Poema de MIguel TORga



Sei um ninho.
E o ninho tem um ovo.
E o ovo, redondinho,
Tem lá dentro um passarinho
Novo.

Mas escusam de me atentar:
Nem o tiro, nem o ensino.
Quero ser um bom menino
E guardar
Este segredo comigo.
E ter depois um amigo
Que faça o pino
A voar...




domingo, 26 de fevereiro de 2012

Espigueiro na ALDEIA de CABROELO


O Espigueiro serve para secar e guardar cereais!

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

RIO DOURO

Entre os Rios


------ O Rio Douro estava neste DIA de INVERNO, cheio de SOL, de um AZUL MARAVILHOSO!!! LINDO, LINDO, LINDO!!!

BALada ao Rio DOURO ---- Pedro Homem de MELLO

Que diz além, além entre montanhas,
O rio Doiro à tarde, quando passa?
Não há canções mais fundas, mais estranhas,
Que as desse rio estreito de água baça!...
Que diz ao vê-lo o rosto da cidade?
Ó ruas torturadas e compridas,
Que diz ao vê-lo o rosto da cidade
Onde as veias são ruas com mil vidas?...
Em seus olhos de pedra tão escuros
Que diz ao vê-lo a Sé, quase sombria?
E a tão negra muralha à luz do dia?
E as ameias partidas sobre os muros?
Vergam-se os arcos gastos da Ribeira...
Que triste e rouca a voz dos mercadores!...
Chegam barcos exaustos da fronteira
De velas velhas, já multicolores...
Sinos, caixões, mendigos, regimentos,
Mancham de luto o vulto da cidade...
Que diz o rio além? Por que não há-de
Trazer ao burgo novos pensamentos?
Que diz o rio além? Ávido, um grito
Surge, por trás das aparências calmas...
E o rio passa torturado, aflito,
Sulcando sempre o seu perfil nas almas!...

HOMEM de MELLO

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Pedras sobre pedras

Velhinha e cheia de HISTÓRIA ------- PEDRA SOBRE PEDRA.....tanta coisa que viveram e que nos podiam contar!!!...

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

MIGuel TORga

(.................
...................)
O sorriso das pedras,

E a candura do instinto.
És aquele alimento
De quem, farto de pão, anda faminto.

És a graça da vida em toda a parte,
Ou em arte,
Ou em simples verdade.
És o cravo vermelho,
Ou a moça no espelho,
Que depois de te ver se persuade.

És um verso perfeito
Que traz consigo a força do que diz.
És o jeito
Que tem, antes de mestre, o aprendiz.

És a beleza, enfim. És o teu nome.
Um milagre, uma luz, uma harmonia,
Uma linha sem traço...
Mas sem corpo, sem pátria e sem família,
Tudo repousa em paz no teu regaço.

Miguel Torga, in 'Odes'

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Paisagens no RIO DOURO




Uma PEDRA FABULOSA que me lembrou de imediato POEMAS de MIguel TORga............................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................... PAISAGENS FABULOSAS num LINDO DIA de INVERNO --- janeiro 2011

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

domingo, 12 de fevereiro de 2012

~~Sophia de Mello Breyner Andresen ~~

Não se perdeu
Não se perdeu nenhuma coisa em mim.
Continuam as noites e os poentes
Que escorreram na casa e no jardim,
Continuam as vozes diferentes
Que intactas no meu ser estão suspensas.
Trago o terror e trago a claridade,
E através de todas as presenças
Caminho para a única unidade.

~~~~~~~MIGUEL TORGA ~~~~~~~~VIAGEM

Viagem
~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~
É o vento que me leva.
O vento lusitano.
É este sopro humano
Universal
Que enfuna a inquietação de Portugal.
É esta fúria de loucura mansa
Que tudo alcança
Sem alcançar.
Que vai de céu em céu,
De mar em mar,
Até nunca chegar.
E esta tentação de me encontrar
Mais rico de amargura
Nas pausas da ventura
De me procurar...

Miguel TORGA

sábado, 11 de fevereiro de 2012

Voltando aos nossos POETAS........Recordando CESÁRIO VERDE

Flores Velhas--------------- Fui ontem visitar o jardinzinho agreste,---- Aonde tanta vez a lua nos beijou,---- E em tudo vi sorrir o amor que tu me deste,---- Soberba como um sol, serena como um vôo.---- ------------------------------------------------ Em tudo cintilava o límpido poema---- Com ósculos rimado às luzes dos planetas:---- A abelha inda zumbia em torno da alfazema;---- E ondulava o matiz das leves borboletas.----. ------------------------------------------------ Em tudo eu pude ver ainda a tua imagem, ---- A imagem que inspirava os castos madrigais;---- E as vibrações, o rio, os astros, a paisagem.---- Traziam-me à memória idílios imortais. ----- -------------------------------------------------- E nosso bom romance escrito num desterro,------ Com beijos sem ruído em noites sem luar,----- Fizeram-mo reler, mais tristes que um enterro,----- Os goivos, a baunilha e as rosas-de-toucar.----- (..................................................................................................................................................................................) ( VOLTANDO AOS NOSSOS POETAS )----- Cesário Verde

Maria Bethânia --------cantado em Portugal ----2011 junho , 06

domingo, 5 de fevereiro de 2012

pOEMA de VINICIUS de MORAIS

Tende piedade, Senhor, de todas as mulheres
Que ninguém mais merece tanto amor e amizade
Que ninguém mais deseja tanto poesia e sinceridade
Que ninguém mais precisa tanto alegria e serenidade.

Tende infinita piedade delas, Senhor, que são puras
Que são crianças e são trágicas e são belas
Que caminham ao sopro dos ventos e que pecam
E que têm a única emoção da vida nelas.

Tende piedade delas, Senhor, que uma me disse
Ter piedade de si mesma e da sua louca mocidade
E outra, à simples emoção do amor piedoso
Delirava e se desfazia em gozos de amor de carne.

Tende piedade delas, Senhor, que dentro delas
A vida fere mais fundo e mais fecundo
E o sexo está nelas, e o mundo está nelas
E a loucura reside nesse mundo.

Tende piedade, Senhor, das santas mulheres
Dos meninos velhos, dos homens humilhados — sede enfim
Piedoso com todos, que tudo merece piedade
E se piedade vos sobrar, Senhor, tende piedade de MIM

Tom Jobim e Vinicius de Morais -----Eu sei que vou te amar

poemas ---- são como vitrais pintados

Poemas são como vitrais pintados!
----------------------------------------------------------------------------------------------------------- Se olharmos da praça para a igreja,
Tudo é escuro e sombrio;
E é assim que o Senhor Burguês os vê.
Ficará agastado? — Que lhe preste!...
E agastado fique toda a vida!

Mas — vamos! — vinde vós cá para dentro,
Saudai a sagrada capela!
De repente tudo é claro de cores:
Súbito brilham histórias e ornatos;
Sente-se um presságio neste esplendor nobre;
Isto, sim, que é pra vós, filhos de Deus!
Edificai-vos, regalai os olhos!

Johann Wolfgang von Goethe, in "Poemas"
Tradução de Paulo Quintela

" POEMAS" ......... são como VITRAIS pintados

INTERIORES do PALÁCIO de BELÉM ----30 de dezembro 2011


COLCHA em exposição no PALÁCIO de BELÉM


sábado, 4 de fevereiro de 2012