terça-feira, 14 de dezembro de 2010
NATAL ---Poema de mIGUEL tORGA
NATAL
UM anjo imaginado,
Um anjo dialéctico,actual,
Ergueu a mão e disse:- É noite de Natal,
Paz à imaginação!
E todo o ritual
Que antecede o milagre habitual
Perdeu a exaltação.
Em vez de excelsos hinos de confiança
No mistério divino,
E de mirra e de incenso e oiro
Derramados
No presépio vazio,
Duas perguntas brancas, regeladas
Como a neve que cai,
E breves como o vento
Que entra por uma fresta, quezilento,
Redemoinha e sai:
À volta da lareira
Quantas almas se aquecem
Fraternalmente?
Quantas desejam que o Menino venha
Ouvir humanamente
O lancinante crepitar da lenha?
Miguel Torga
domingo, 12 de dezembro de 2010
BRINDE À AMIZADE
Este, foi um ano gratificante para mim. Especialmente, por poder contar com a vossa amizade. Assim, desejo que neste Natal, sintam muita alegria e que sejam felizes a cada instante! Que todos as vossos sonhos e desejos, se realizem... Que seja uma noite de paz, repleta de surpresas boas, de acontecimentos que ficarão marcados no vosso coração, porque o tempo passa, e é com o passar do tempo que conseguimos definir o que é realmente importante na vida.
Boas festas, com muito ânimo e muita alegria numa noite cheia de paz, em comunhão, com as pessoas que estão sempre ao vosso lado!
Estes são os meus votos, pois faço parte do vosso mundo de amizades!
Um feliz Natal deseja-vos a Lena, com um brinde à amizade!
(Texto retirado da Net, que vos ofereço com um beijinho)
Boas festas, com muito ânimo e muita alegria numa noite cheia de paz, em comunhão, com as pessoas que estão sempre ao vosso lado!
Estes são os meus votos, pois faço parte do vosso mundo de amizades!
Um feliz Natal deseja-vos a Lena, com um brinde à amizade!
(Texto retirado da Net, que vos ofereço com um beijinho)
BRINDE À AMIZADE
sábado, 11 de dezembro de 2010
Aos MEUS AMIGOS
Amigo /a,
Todos os dias deste ano,
Você esteve presente.
Fazendo-me sorrir quando eu mais queria chorar.
Todas suas palavras confortaram
Meu coração quando eu mais precisei.
E é com todo carinho que desejo
Tudo de bom na sua vida,
Um Natal repleto de alegrias.
E que todos seus sonhos se tornem realidade neste
E em todos os Natais que ainda virão.
Um forte abraço.
E Feliz Natal!!!
Nota:--- texto retirado da net
Com um beijinho da Maria Helena UM SANTO NATAL
-------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
Todos os dias deste ano,
Você esteve presente.
Fazendo-me sorrir quando eu mais queria chorar.
Todas suas palavras confortaram
Meu coração quando eu mais precisei.
E é com todo carinho que desejo
Tudo de bom na sua vida,
Um Natal repleto de alegrias.
E que todos seus sonhos se tornem realidade neste
E em todos os Natais que ainda virão.
Um forte abraço.
E Feliz Natal!!!
Nota:--- texto retirado da net
Com um beijinho da Maria Helena UM SANTO NATAL
-------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
Seus OLHOS --- Almeida Garrett
Seus Olhos
Seus olhos --- se eu sei pintar
O que os meus olhos cegou ---
Não tinham luz de brilhar.
Era chama de queimar;
E o fogo que a ateou
Vivaz, eterno, divino,
Como facho do Destino.
Divino, eterno! --- e suave
Ao mesmo tempo: mas grave
E de tão fatal poder,
Que, num só momento que a vi,
Queimar toda alma senti...
Nem ficou mais de meu ser,
Senão a cinza em que ardi.
Almeida Garrett
Seus olhos --- se eu sei pintar
O que os meus olhos cegou ---
Não tinham luz de brilhar.
Era chama de queimar;
E o fogo que a ateou
Vivaz, eterno, divino,
Como facho do Destino.
Divino, eterno! --- e suave
Ao mesmo tempo: mas grave
E de tão fatal poder,
Que, num só momento que a vi,
Queimar toda alma senti...
Nem ficou mais de meu ser,
Senão a cinza em que ardi.
Almeida Garrett
sexta-feira, 10 de dezembro de 2010
Quando EU Sonhava... in "Folhas Caídas"
Quando Eu Sonhava
Quando eu sonhava, era assim
Que nos meus sonhos a via;
E era assim que me fugia,
Apenas eu despertava,
Essa imagem fugidia
Que nunca pude alcançar.
Agora, que estou desperto,
Agora a vejo fixar...
Para quê? - Quando era vaga,
Uma ideia, um pensamento,
Um raio de estrela incerto
No imenso firmamento,
Uma quimera, um vão sonho,
Eu sonhava - mas vivia:
Prazer não sabia o que era,
Mas dor, não na conhecia ...
Almeida Garrett, in 'Folhas Caídas'
Quando eu sonhava, era assim
Que nos meus sonhos a via;
E era assim que me fugia,
Apenas eu despertava,
Essa imagem fugidia
Que nunca pude alcançar.
Agora, que estou desperto,
Agora a vejo fixar...
Para quê? - Quando era vaga,
Uma ideia, um pensamento,
Um raio de estrela incerto
No imenso firmamento,
Uma quimera, um vão sonho,
Eu sonhava - mas vivia:
Prazer não sabia o que era,
Mas dor, não na conhecia ...
Almeida Garrett, in 'Folhas Caídas'
quinta-feira, 9 de dezembro de 2010
Este Inferno de AMAR... ALMEIDA GARRETT
Este inferno de amar - como eu amo! -
Quem mo pôs aqui n'alma... quem foi?
Esta chama que alenta e consome,
Que é a vida - e que a vida destrói -
5 Como é que se veio a atear,
Quando - ai quando se há-de ela apagar?
Eu não sei, não me lembra: o passado,
A outra vida que dantes vivi
Era um sonho talvez... - foi um sonho -
10 Em que paz tão serena a dormi!
Oh! que doce era aquele sonhar...
Quem me veio, ai de mim! despertar?
Só me lembra que um dia formoso
Eu passei... dava o sol tanta luz!
15 E os meus olhos, que vagos giravam,
Em seus olhos ardentes os pus.
Que fez ela? eu que fiz? - Não no sei;
Mas nessa hora a viver comecei...
Almeida Garrett
sábado, 4 de dezembro de 2010
Poema de Florbela Espanca
Lágrimas ocultas
Se me ponho a cismar em outras eras
Em que ri e cantei, em que era querida,
Parece-me que foi noutras esferas,
Parece-me que foi numa outra vida...
E a minha triste boca dolorida,
Que dantes tinha o rir das primaveras,
Esbate as linhas graves e severas
E cai num abandono de esquecida!
E fico, pensativa, olhando o vago...
Toma a brandura plácida dum lago
O meu rosto de monja de marfim...
E as lágrimas que choro, branca e calma,
Ninguém as vê brotar dentro da alma!
Ninguém as vê cair dentro de mim!
Florbela Espanca
-------------------------------------------------------------------------------------------
Se me ponho a cismar em outras eras
Em que ri e cantei, em que era querida,
Parece-me que foi noutras esferas,
Parece-me que foi numa outra vida...
E a minha triste boca dolorida,
Que dantes tinha o rir das primaveras,
Esbate as linhas graves e severas
E cai num abandono de esquecida!
E fico, pensativa, olhando o vago...
Toma a brandura plácida dum lago
O meu rosto de monja de marfim...
E as lágrimas que choro, branca e calma,
Ninguém as vê brotar dentro da alma!
Ninguém as vê cair dentro de mim!
Florbela Espanca
-------------------------------------------------------------------------------------------
SONETO e FOTO de Maria Veleda
SPLEEN
Há muito que não vivo! Atroz verdade!
Há muito que a minha alma soluçante
Anda longe de mim, perdida, errante,
Num infinito mar de tempestade!
Nem lágrimas já tenho, nem saudade
Do meu sonho de Amor já tão distante...
Não passo dum cadáver ambulante,
Um joguete na mão da Eternidade.
Tudo em mim são ruínas e é tristura,
- Vivo de não viver - sem fim, sem norte,
E só tenho uma esp'rança: a sepultura.
Ao céu mudo ergo os braços - mas em vão!
Deus não existe; só existe a Morte,
Que eu sinto a devorar-me o coração!
Maria Veleda
quarta-feira, 1 de dezembro de 2010
Soneto de Maria Veleda
Penso que hei-de morrer, ai... brevemente
Pois da velhice pesam-me os invernos;
Que hei-de ascender aos gozos sempiternos,
Aos pés de Deus, magnânimo e clemente.
Em plena luz vivendo alegremente,
Do mundo esquecerei negros infernos,
Meus cânticos soltando, ledos, ternos,
Num poema de Amor, efervescente.
Mas quem há-de amparar-vos, ó meus filhos??
Seguir-vos na aspereza destes trilhos??
Incutir-vos coragem p’ra viver??
Tendes outros afectos... sei-o bem!
Mas não tendes, não tendes outra Mãe...
- Então choro... com pena de morrer!...
Maria Veleda, 1931
Maria Veleda, bisavó da minha Amiga e Colega, Maria José Franca Miranda, foi uma grande lutadora pela Implantação da República e grande defensora dos "Direitos e da Independência das Mulheres".
Mas, para além destes notáveis predicados, foi uma Poetisa Maravilhosa!
Uma LINDA SENHORA.
Com um grande abraço de felicitações para a Zé transcrevo, com sua autorização, estes dois sonetos da sua Bisavó.
Parabéns Amiga.
Beijinho da Lena
Subscrever:
Mensagens (Atom)