segunda-feira, 27 de maio de 2013

Como pequena flor que recebeu uma chuva enorme e se esforça por sustentar o oscilante cristal das gotas na seda frágil e preservar o perfume que ai dorme, e vê passarem as leves borboletas livremente, e ouve cantarem os passares acordados nesta angústia, e o sol claro do dia as claras estátuas beijando sente. e espera que se desprenda o excessivo.úmido orvalho pousado, trêmulo, e sabe que talvez o vento a libertasse, porém a desprenderia do galho, e nesse tremor e esperança aguarda o mistério transida assim repleto de acasos e todo coberto de lágrimas há um coração nas lânguidas tardes que envolvem a vida. Cecília Meireles

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