segunda-feira, 18 de setembro de 2017

Mia Couto ..... OS EXCESSOS do meu IRMÃO

    Pede-se a uma criança. Desenhe uma flor! Dá-se-lhe papel e lápis. A criança vai sentar-se no outro canto da sala onde não há mais ninguém.
    Passado algum tempo o papel está cheio de linhas. Umas numa direcção, outras noutras; umas mais carregadas, outras mais leves; umas mais fáceis, outras mais custosas. A criança quis tanta força em certas linhas que o papel quase não resistiu.
    Outras eram tão delicadas que apenas o peso do lápis já era demais.
    Depois a criança vem mostrar e...
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    Maria Helena Serrador partilhou uma memória.
    14 h
    Nani, Fernanda Sal Monteiro, aceitando o teu desafio passo a citar os 10 livros que, entre muitos outros, me proporcionaram muitas e muitas horas de encantament...
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    Eugénia Ferrari Deve estar frio.
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    Responder22 h
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    José Nunes Sousa "Ibiscus maravilhosus"
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    ResponderOntem às 0:59
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    Responder21 hEditado
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    Maria Helena Serrador Obrigada !!!
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    Responder14 h
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    Agora mesmo... liiiindo!!!
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    Agorinha....... S.Pedro... lindíssimo...
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    Responder16/9 às 21:48
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    Maria José Franca Lindas, Lena. Beijinho.
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    Responder16/9 às 10:16
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    Maria Helena Serrador Cestá tudo bem contigo????
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    Responder16/9 às 10:21
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    Responder16/9 às 10:24
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    Fernanda Sal É das tuas ? Muito bonita.
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    Responder16/9 às 11:16
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    Maria Helena Serrador Siiiim .... Única !!!...
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    Responder16/9 às 23:10
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    (.........................
    Pudesse eu ser tu
    E em tua saudade ser a minha própria espera.
    Mas eu deito-me em teu leito ...
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    Maria Helena Albernaz Otto LINDO. Já tinha saudades dos teus belos poemas. 🌷💞😘
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    Responder13/9 às 23:11
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    Maria Helena Albernaz Otto Que gostas de poesia já tinha percebido e é um bom e excelente gosto, que nem todos apreciam.
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    Responder13/9 às 23:16
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    Maria Helena Serrador Cada um tem o seu gosto... mas se ouvires na antena 2 é difícil resistir... programa de Luís Caetano.... é muito BOOOM
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    Responder13/9 às 23:17
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    Para explicar
    os excessos do meu irmão
    a minha mãe dizia:
    está na mudança de idade.
    Na altura,
    eu não tinha idade nenhuma
    e o tempo era todo meu.
    Despontavam borbulhas
    no rosto do meu irmão,
    eu morria de inveja
    enquanto me perguntava:
    em que idade a idade muda?
    Que vida,
    escondida de mim, vivia ele?
    Em que adiantada estação
    o tempo lhe vinha comer à mão?
    Na espera de recompensa,
    eu à lua pedia uma outra idade.
    Respondiam-me batuques
    mas vinham de longe,
    de onde já não chega o luar.
    Antes de dormirmos
    a mãe vinha esticar os lençóis
    que era um modo
    de beijar o nosso sono.
    Meu anjo, não durmas triste, pedia.
    E eu não sabia
    se era comigo que ela falava.
    A tristeza, dizia,
    é uma doença envergonhada.
    Não aprendas a gostar dessa doença.
    As suas palavras
    soavam mais longe
    que os tambores nocturnos.
    O que invejas, falava a mãe, não é a idade.
    É a vida
    para além do sonho.
    Idades mudaram-me,
    calaram-se tambores,
    na lua se anichou a materna voz.
    E eu já nada reclamo.
    Agora sei:
    apenas o amor nos rouba o tempo.
    E ainda hoje
    estico os lençóis
    antes de adormecer.
    MIA COUTO

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