sábado, 29 de outubro de 2016

MIA COUTO --- A FLOR QUE TU ÉS

A flor que és,
não a que possa comprar,
te venho oferecer.

Porque não tem preço
o que te ofereço.

E se me debruço a colher a pétala,
a terra inteira em teus dedos se desfolha.

E se a mais pura flor para ti desenho
a inteira pétala no nada se despenha.
Porque és a sombra do sonho em que anoiteço.

Morrer é ter terra finita.
E eu tenho a febre da inatingível margem.
Por isso encho de mar o teu olhar.

MIA COUTO

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