domingo, 4 de fevereiro de 2018

José Eduardo AGUALUSA

Agualusa:
Nada passa, nada expira.
O passado é
um rio que dorme
e a memória uma mentira
multiforme.
Dormem do rio as águas
e em meu regaço dormem os dias
dormem as mágoas
as agonias
dormem.
Nada passa, nada expira.
O passado é
um rio adormecido
parece morto, mal respira
acorda-o e saltará
num alarido.
- in “O Vendedor de Sonhos”.

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