terça-feira, 14 de dezembro de 2010
NATAL ---Poema de mIGUEL tORGA
NATAL
UM anjo imaginado,
Um anjo dialéctico,actual,
Ergueu a mão e disse:- É noite de Natal,
Paz à imaginação!
E todo o ritual
Que antecede o milagre habitual
Perdeu a exaltação.
Em vez de excelsos hinos de confiança
No mistério divino,
E de mirra e de incenso e oiro
Derramados
No presépio vazio,
Duas perguntas brancas, regeladas
Como a neve que cai,
E breves como o vento
Que entra por uma fresta, quezilento,
Redemoinha e sai:
À volta da lareira
Quantas almas se aquecem
Fraternalmente?
Quantas desejam que o Menino venha
Ouvir humanamente
O lancinante crepitar da lenha?
Miguel Torga
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BONITO!
ResponderEliminarEu abro esta «Gavetinha" como se de um Diário de Poesia também meu, lembrasse de que são feitas as pessoas e a vida.
Espero em muitos momentos destes!
Até
mr